Por que?
Num momento de tranquilidade, pus-me a pensar nesse
questionamento.
Quando somos crianças ele é parte integrante de nossa
existência. Ainda estou para conhecer uma criança que não tenha o porquê como
lema de vida. E quando encontram um adulto que responda então, a lista dos
porquês se torna infinita.
Ao longo do tempo, ele vai deixando de ser tão
presente e vai se tornando mais esporádico, ficando reservado para momentos
mais específicos, como na escola (onde é muito bem-vindo por sinal).
O que tenho notado, com certa tristeza, é que cada vez
mais o porquê tem sido mais deixado de lado e em idade mais precoce.
Este questionamento é muito rico em vários sentidos.
Já começa pela forma de escrita: que outro questionamento pode ser escrito de
tantas formas diferentes? (por que, porque, porquê). Claro que, as vezes, a
gente se confunde com a história do junto, separado, com acento, mas são
maneiras diferentes de escrever a mesma ideias.
Além disso, a maior riqueza está na variedade das
respostas. Refletindo, você percebe que qualquer coisa pode vir após um porquê.
Desde: “porque 2 pontos definem uma reta”, até “porque eu não te amo mais”. Uma
infinidade de informações e descobertas estão escondidas atrás de um porquê.
Por isso é uma pena que ele esteja caindo em desuso.
Perde-se toda essa grandeza de aprendizado.
Há dias em que, por cansaço, dor, tristeza, ou por
outra razão qualquer, você guarda ele lá no cantinho, para um momento mais
propício. Mas é preciso lembrar que ele está lá, só esperando para voltar.
Porque as pessoas estão abandonando essa prática não
sei. Só sei que os meus porquês estão aqui, prontos para serem usados. E eu
tenho um bem intrigante neste momento: por que eu resolvi pensar sobre o
porquê?
Fabiana
Jaguariúna, 09/11/2013
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