DA DIFICULDADE EM ENCONTRAR
SIMPLICIDADE
Dia desses, saí para o que pensei
ser uma tarefa bastante prosaica: comprar uma calcinha. Dessas confortáveis, do
dia-a-dia.
Fui a um conhecido shopping,
acreditando cumprir minha meta com rapidez e sem delongas.
Ao entrar na primeira loja me
deparei com uma infinidade de rendas, cavas e transparências, que não era o que
procurava, queria alguma coisa mais simples.
Para meu crescente espanto, a cena
se repetia a cada loja: rendas, transparências, cores neon (!?!), fios-dentais,
cavas imensas... E nada da boa e velha simplicidade de algodão.
Comecei a me questionar: será que
agora as mulheres andam o tempo todo assim? Onde foi parar a tradição das
calcinhas confortáveis do dia-a-dia e as especiais, guardadas para ocasiões bem
selecionadas?
Nem sei dizer em quantas lojas
entrei, quantos cabides olhei. Sem falar no olhar desconfiado das vendedoras,
que se ofereciam para me ajudar, quando eu dizia o que estava procurando. Me
senti até um pouco alienígena.
Em uma das lojas, a vendedora me
questiona: mas por que você quer uma mais simples se estas são tão bonitas,
incrementadas? Aparentemente, a simplicidade está em baixa.
Minha busca se estendeu por mais
algum tempo, sempre encontrando coisas diferentes, mas não o que eu procurava.
Ao cabo de algumas horas, depois de
muita caminhada e um sorvete, desisti. Sim, voltei para casa sem o item
desejado. Afinal, depois de tantas frivolidades festivas, minha simplicidade
pareceu descabida. Vai ver a simplicidade não está na moda.
FABIANA
Jaguariúna, 21 de setembro de 2013.
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