DA ARANHA 2
Já citei antes meu problema com aranhas e, por isso,
parece que elas me perseguem.
Num desses episódios, cheguei da faculdade por volta
das 19horas, guardei minhas coisas e fio para o banho. Era um dia quente e eu
não via a hora de me refrescar.
Estava no processo de enxague do cabelo, quando senti
algo cair na minha cabeça.
Sabe aquele momento em que você tem um microenfarto de
susto? Pois é.
A primeira coisa que me ocorreu foi colocar toda a
cabeça debaixo do chuveiro e foi o que fiz. Após alguns segundos não senti mais
nada e achei que meu problema estava resolvido. Nem fiquei filosofando muito
sobre o que poderia ser, já não importava mais.
Mais algum tempo se passou e, para meu terror, sinto
patas peludas na minha orelha. Paralisada, em pânico, passei pelo maior dilema
da minha vida: retiro esse bicho com a mão ou deixo aí, enquanto procuro algo
que possa usar para tirá-lo, correndo o risco dele entrar na minha orelha.
A possibilidade de uma criatura, qualquer que fosse,
dentro da minha orelha me venceu: agarrei com a mão o ser e joguei no chão do
banheiro.
Olhei para o chão no box e vi uma aranha preta,
peluda, do tamanho de uma bola de algodão.
Saí correndo do box, gritando a plenos pulmões. Quando
estava na porta, me preparando para chamar alguém, me lembrei que estava nua.
Com cautela, fui até o banheiro, vi que a aranha se
encontrava no mesmo lugar, me enrolei na toalha e saí.
Neste momento, fiz o que qualquer pessoa sensata
faria: liguei para minha mãe (sei o que vocês estão pensando). Ela me orientou
a pegar o veneno de matar baratas e matar a aranha. Ela ficou no telefone para
me dar apoio moral. Usei quase todo o veneno, mas consegui.
Joguei o cadáver fora, me despedi de minha mãe e
terminei o banho.
Mas a lição que fica é: meus vizinhos não se importam
que eu morra ou seja torturada, já que gritei desesperadamente e ninguém veio
saber o que acontecia. Ou, vai ver, havia aranhas nas casas deles também...
Fabiana
Jaguariúna, 16/11/2013.