SOBRE
FILAS
Imagino
que as filas já fazem parte do nosso subconsciente coletivo. Fico imaginando o
primeiro homem que primeiro organizou uma pessoa atrás da outra para uma
seleção qualquer, tipo, quem entra na caverna primeiro.
Desde
aquele primeiro dia, essa organização pareceu boa e virou a primeira escolha.
Não
gosto de ficar em filas, mas acho que em muitas situações ela é um mal
necessário. Gostaria de pensar em uma solução melhor, mas nada me ocorreu até
hoje.
Me
espanta como algumas pessoas parecem gostar de filas, pessoas que parecem
entrar em qualquer fila que veem, não importa para que é a fila.
Há quem
goste de fazer amizades em uma fila. Está na fila a menos de 5 minutos e já
sabe tudo da vida dos colegas de fila e já falou tudo de sua vida também.
Mas o
que sempre me surpreende é a seguinte cena: estou em uma fila e ela demora
séculos para se mover. Fico lá parada, observando a pessoa que chegou ao nosso
objetivo final demorar um longo tempo para resolver o que precisa. E, enquanto
espero, sempre fico pensando qual empecilho vou encontrar quando chegar a minha
vez, imaginando quais podem ser os problemas para já pensar em soluções. E
assim o tempo vai passando, até que me canso desse exercício imaginativo e
simplesmente observo a fila caminhar em sua lentidão impassível.
Finalmente
é chegada a minha vez. Me aproximo do balcão, digo porque vim. A pessoa do outro
lado faz sua função e sou liberada. Feito. Menos de 5 minutos e o próximo da
fila é chamado. E, inevitavelmente, sempre saio pensando o que raios as pessoas
fizeram para demorar tanto naquele balcão! Sempre tenho a impressão de que as
coisas acontecem assim. Pode ser que, na verdade, depois de tanto esperando, eu
esteja delirando e tenha perdido a noção de tempo e por isso tenha essa
sensação. Ou pode ser exatamente assim.
De
qualquer forma, deixo claro que eu não gosto de filas e vou continuar tentando
imaginar uma opção melhor. Além de imaginar porque as pessoas gostam tanto de
filas.
Campinas,
25/09/2014.