domingo, 10 de novembro de 2013


UM POUCO DE ORIENTAÇÃO

Ultimamente tenho me aventurado em algo novo: procurar endereços sozinha.

Nestes tempos de GPS isso até parece piada, mas para quem se lembra dos tempos em que sua única ajuda era um guia impresso, comprado na banca de jornal, que exigia muita abstração para ser entendido, vai apreciar um pouco mais minha empreitada.

Sempre fui totalmente desorientada, incapaz até de achar o caminho para casa em algumas situações. Acho inclusive que ter a capacidade de se perder, inclusive em regiões conhecidas, como eu tenho, é um dom para poucos.

Sejamos honestos, quem consegue viver por mais de 20 anos em uma cidade e não ser capaz de se localizar nela? Ou pegar o ônibus errado e simplesmente não perceber (sim, eu tinha 14 anos quando isso aconteceu) porque você nunca reconhece os caminhos mesmo?

Certa vez, minha avó se perdeu perto de onde morava, chegando a passar por sua rua e não a reconheceu... Daí, costumo inferir que minha desorientação é genética. No extremo oposto, meu pai é capaz de se orientar em qualquer lugar, inclusive a noite e pelas estrelas. Gostaria de ter herdado um pouco de suas habilidades, mas fiquei só com as entradas no cabelo e o formato do queixo. Acho que um meio termo saudável entre os 2 era pedir demais, o mais provável é sempre ficar na ponta da curva de Gauss.

É claro que, para desbravar o mundo, estou usando o GPS do meu celular. Afinal, espero chegar em casa ao fim do dia.

Já fui até o shopping, a sorveteria, trabalhar... uma série de novidades em que os meios são mais emocionantes que os fins.

Se fôssemos pensar em seleção natural, eu já teria sido excluída, sendo incapaz de fugir de um predador. Mas, como em quase tudo na vida, nada que um pouco de orientação não resolva.

FABIANA

Campinas, 05 de outubro de 2013.

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